sexta-feira, 29 de maio de 2009

Destino

Insinuei-me as senis Parcas de como teceriam o fio do meu destino, pois gostaria somente gozar a felicidade. Bramindo a tesoura, cajado negro, na mão, cumpriam a promessa de entregar-me a Hades. Ostentando o horror nas faces do desatino, descobri que o regojizo independe da paixão.

Quis, eu, aliciá-las para que cuidassem do meu fio proscrito, embora, assim, acabarei com qualquer dúvida que o sorriso e o meu sangue túmidos de juventude se esvaiam nos meus erros; talvez por cortes menores, cisões do tempo, levando até meu verdadeiro fim. De nada adiantou. Pouco misericordiosas, elas, senhoras das horas, em uníssono, ceifaram o rubor da minha vida. A dor! Nada mais pude contra o corte rude das três Parcas, que me tiraram três essencias primordiais: o Amor, Felicidade e o Perdão.


(VFM)


Obs: texto achado num monturo de papéis anos guardados, ou possivelmente escondidos.

Um comentário:

  1. Mitologia é bacana, né? Lembrei do Cérbero, o cão guradião de Hecate (Deusa das trevas) e dos portões do inferno...

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