quinta-feira, 26 de julho de 2018

CONTAS


Já não pago mais as contas.
Ah, mãe! Venda o que achar.
Já tô com as malas prontas
Vou embora pra algum bar.

Sei que serei um boêmio
Bem eleito pelo povo,
E se eu vencer de novo
Ganho uma conta de prêmio.

Na vida paga-se tudo,
Nem morrer é de graça.
O médico foi bem rudo,
A dor do tapa não passa.

Tento. Por mais que trabalhe
Tenho que pagar quem devo.
Tento. Por mais que eu fale
Dívidas são o que escrevo.

Nada mesmo afugenta
Os credores, os carteiros.
Sorrir não é ferramenta
Para pagar os primeiros.

Toda conta é tortura,
Grande tristeza extrema.
Conserve, mãe, a fatura
Como último poema.

DIA DO ESCRITOR



O branco ofuscante do papel vazio dormia nas mãos inconfessas. O lápis descia uma oitava para que a frase surgisse três compassos depois. E foi assim que ele se descobria, com olhos e mãos patinhando nas ingrediências da poesia.

terça-feira, 24 de julho de 2018

MICROCRÔNICA POLÍTICA



Novo Ministro do Trabalho com 24 infrações trabalhistas é empossado por saber dar trabalho ao MP.

AFLORISMO



Dai aos encontros a condição de te dizer que o amor existe e que não passei pela vida sem te ver.

DIA DO ROCK


Com seu coração de gelo
A saudade bate
On the rocks.

ARREPARE NÃO


Essas cousas di pueta vêm encravadu na planta du pé. Semente qui a genti pisô ao nascer pras belezuras da eternidade. É um pirigu. Dá febre terçã e paixões pra lua. A gente arrepara nu andar dessis doido avuanu na vida. Algumas bocas mardosa u chama é di peralta. Outros cum muito palavreadu. Todus quando um pueta passa abre roda di medu e fogi prumas páginas di livru.

MINICONTO


Jogador

Pendurou as chuteiras porque andava pisando na bola com o time.