sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

REVISITANDO OS CLÁSSICOS


1 - A Metamorfose
Quando Gregor Samsa acordou de uma noite intranquila ele disse:
- Inseticida não, mamãe! Inseticida não...!
2 - Fausto
Colocou a alma no prego e o cão levou pra passear. Voltou só meia-meia-meia hora depois.
3 - Troia
Para Aquiles era uma guerra sair sem antes passar creme nos pés.
4 - Os três mosqueteiros
- Um por todos e todos por um!
- Mas hoje a conta é de quem?!

(VFM)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

NANOCONTO

FOFOCA
Com a concha da mão contou cada pérola da vizinha.

3 DÚVIDAS DE UM ÉBRIO


1 - Quem dá bom dia no fim do bar perde a noite?!
2 - Quando você amanhece no bar os óculos escuros adquirem todo o mal?
3 - A cara de ontem é impaciente para o amanhã?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

CAMONIANA


Numa quinta-feira qualquer eu transei com Camões.
Ele não foi nada amável. Conversava sobre modalidades
Sexuais com sotaque de alfacinha licenciosa: "Mudam-se
Os tempos, mudam-se as vontades", e me enfiou em vida
Insana, todo sorridente e lírico. No motel que me levou,
Carregando na fala, firme, e no membro hirsuto, babava
Sonetos, enquanto eu tolerava eu tolerava seus dedos
Espasmódicos me cutucando a calcinha de gaivotas.
Não esqueço aquele momento, no qual ele salvava,
Com chave de ouro, o meu gozo, piscando naquele mar
O olho solitário e cego.

(VFM)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

AFLORISMO


O amor é um rato a roer as unhas porque o queijo é uma luta distante, pequenina e miserável.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

DESCANSO


Mãos cruzadas no peito. Vovó dormia interminável. Aquela tarde durou nos olhos de mamãe, assim como as velas acesas que o vento tentava ensombrar.
(VFM)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

OCASO


Ela baixou os olhos quando me despedi, igual a lua que, naquela hora, apagava o seu cigarro na manhã.
(VFM)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

MINICONTO


Desportista
Foi parar no xadrez por maltratar damas.

Cuidava das lágrimas no seio pluvial dos olhos.
Medicava o silêncio cobrindo de nuvens a lembrança do espelho morto,
Que ainda, maduro, refletia as dores do seu rosto.
Para cada gota um sintoma derramado na ventania.
No azulejo das mãos a sombra do pranto transparecia
a sede opaca.
E antes de fechar em trevas o olhar do infinito, deixo a
Lágrima mais doente, curvada na sua mortalidade ácida,
Atravessar a íntima fatuidade do teu destino.