segunda-feira, 11 de junho de 2018

SILÊNCIO


Pensar em silêncio
O ruído que rói o homem,
A palavra estonteada
Do tempo.
O silêncio dos terraços
Pelo lado de dentro,
Pelo lado de dentro
Da gente.
O terrível silêncio
Subterrâneo do grito.
Acordemos as vozes
Dos mortos,
Árvores caladas.
Pensar em silêncio
A cidade debaixo
Do passado,
Antes que se extinga,
Durante os meses
Da fala, o mais remoto dom:
O silêncio

segunda-feira, 4 de junho de 2018

O poema é um desígno, por vezes, não acontecido, como um casaco esquecido na invenção da cadeira, onde ainda devemos sentar.

PARENTE DO HINO NACIONAL


Ouviram no Ipiranga as bombas tácitas
De um povo em caminhões beligerantes
E o preço da Petrobrás um ágio estúpido
Parou na Shell da Pátria revoltante.

Se o motor tá na anormalidade
Conseguimos empurrar com braço forte,
Em um posto vai parar, ó humanidade,
Pois a gasolina vai cobrir a nossa morte!

Ó Pátria finada
Uma gota pra cada
Salve! Salve!