quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

TEXTO DE NATAL



(para minha família)

QUERO MEU PERU! QUERO MEU PERU!!!

Algumas bocas sarcásticas e sedentas gritarão, enquanto as bolas de natal se enrubescem em meio a tanto afeto. Os presentes se acumulam junto com os abraços e os melhores votos. Se alguma tia lhe diz: "É só uma lembrancinha", então porque não lembrarmos de tantos natais, das pessoas queridas presentes e das que já se foram em nosso caudal de lágrimas.

'Se para isso fomos feitos', assim deve ser nossa vida: sorrisos fartos, muitos versos e boas doses de amor.

QUERO MEU PERU!

A pança dos afortunados gemerão. Vovó rodeada da sua prole, com preces nas mãos e um colo cálido para que a gente de nada se esqueça. A noite acompanha o relógio ansiosa de vida. O irmão corre para não se atrasar, trazendo no coração a sonata de um milagre, embora o pai esteja distante uma canção o acolherá pelo seu caminho. A primas já se perfumaram de serenidade e riem das antigas estrepolias.

Mamãe?! Ah! Mamãe! Vem vestida de carícias - fantástica! -, heroica, desvendando os nossos desejos do porvir e com a intimidade para consolar o nosso ano difícil. É ela que também, embebida de encantos, admira no fundo os nossas emoções, e quando a cabeça já bateu os sinos, é ela que grita faminta de alegria por mais um natal:

QUERO MEU PERU!

(vfm)



quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

ENGANOS


lá fora o barulho dos autos
acendem meu cigarro,
enquanto homens correm
atrás dos seus destinos.
é hora de partir ou chegar?
as pernas se cruzam,
cães se cruzam ao relento
e a cidade se cria.
lá fora o tempo nos engana
dentro de nós e os olhos
refletem nos espelhos dágua
nos enganando,
pedindo falsas desculpas.
quem nunca se engana
dentro da gente?
lá fora é que a vida acontece
e aqui dentro a multidão
se inflama no trânsito sanguíneo.
é sempre lá fora que vejo
a vida correr, mas é
fora de mim que me diagnostico
que por dentro, ao fundo,
a morte também pede carona
e ela se senta sem nos enganar.

(VFM)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

MICROCRÔNICA POLÍTICA


"Isaías 55,13 - Em lugar do espinheiro crescerá a faia".

Tem Pastor crente que dinheiro dá em árvore! Haja Mala! Mas uma hora a coisa faia.

(VFM)

HAIKAI


que preguiça!
sem luz do sol
o olho enguiça.

(vfm)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A CASA DA PEC


Era uma PEC
Muito safada
Só tinha teto
E uma bancada
Ninguém podia
Votar contra ela não
Porque a PEC
É da Constituição.
Ninguém queria
Ouvir a Rede
Porque na Casa
PDT, PCdoB e PT
Negariam
Dizer que sim
Porque outros políticos
Fugiram dali.
Mas era feita
Ao vice severo
Na cara do povo
Investimentos zero.

(VFM)

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

a PEC 55: um DESPAUTÉRIO!


Uma das palavras para podermos bradar aos membros do Senado e a outros golpistas de plantão no dia de hoje, DESPAUTÉRIO designa-se uma "ação absurda, grande tolice; despropósito, disparate", conforme o léxicon.
Dois mil e dezesseis veio confirmar que vivemos num país em que despautérios pululam em nossa pátria e são maiores que o "Gigante pela própria natureza" do hino nacional. No campo etimológico e semântico da palavra e dos absurdos, podemos colocar a Proposta de Emenda à Constituição - PEC 55 como um sinônimo do absurdo.
Vocábulo tão palatável para nossos políticos golpistas (amantes de Dias Gomes e seu famigerado personagem Odorico Paraguaçu), nossos parlamentares são autênticos despautérios em nosso Congresso.
A palavra foi grafada pela primeira vez em dicionário em 1899, originária de Despautère ou Despauterius, "conforme se considere a versão afrancesada ou latinizada do nome do gramático flamengo J. van Pauteren, autor de um livro de 1537, Comentarii gramatici, que gozou de grande difusão na Europa entre os séculos 16 e 17, mas era uma obra “confusa e rica de dislates”, segundo o Houaiss. Para a Larousse, citado por Silveira Bueno, o homem era “difuso, obscuro e cheio de declamação”.
A síntese de tudo é que a PEC, Temer e sua choldra agora se enquadram no termo DESPAUTÉRIO, que segundo os dicionaristas era um gramático demagogo e cretino.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

MICROCRÔNICA POLÍTICA


Agora temos outro 'Dia do Fico': O (ex) presidente do Senado RéuNão Calheiros foi contra as ordens do STF e afirmou: "Se é para o meu próprio bem e felicidade geral da Corrupção, estou pronto! Digam ao Senado que fico".

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A CHUVA


a chuva molha 
duas folhas secas
que repousam
na inocência do chão.
a água escorre
como sangue inquieto
para renascer a
primavera futura.
a palavra alagada
de bocas e olhos
engolem gotas de chuva.
as duas folhas secas
tremem de frio, pois
sabem que o rio
leva ao mar e o mar
devolve a dor dos 
temporais e a melancolia
do desamor talhado
nos retratos.
a chuva tudo molha.

(vfm)