quarta-feira, 20 de maio de 2009

Iemanjá

A noite estava crespa,
Com raiva da pálida manhã.
A lua, como um farol, traiçoava
Os passos das sombras distantes,
Olhos pousados na goela de um lobo
E o bafo do vento rasgava-lhe o rosto.

Eis que se avista Ela, tristonha,
Flutuando em sua fronha,
Preenchendo de lágrimas
As vagas sanhudas do mar.
Era Iemanjá tentando suicidar.
Então, uma estrela se arrepiou...
Cadente, e, junto da lua, chorou.

Volte para o mar Iemanjá!
Volte para o mar Iemanjá!


(VFM)

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