quinta-feira, 25 de outubro de 2012

QUADRA



Tu dizes o meu nome...
Repetes letra a letra.
O teu ódio me come,
Teu amor me soletra.


(VFM)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Pescador



A mentira do pescador
É enorme, é tamanha,
Que, como bom contador,
Já pescou até montanha,
Montanha de dissabor.
A mentira do pescador
(História que virou plágio)
É ter achado seu amor
Na memória dum naufrágio,
Afogado n’água de dor.

(VFM)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

SOLILÓQUIO DA SAUDADE



Saudade… Saudade semente sofrida, sopro, solidificando-se, simplesmente, silábico sono soporífero do ser: singelo, sincero, sapiente, sóbrio. Saudade… Sonho sem sumo, soltando no sol sombras, cujo sabor some na solidão. Saudade… Soledade… Sanha só em sentir o sofrimento soluçando em si. Saudade sadomasoquista de segunda-feira, sorumbática, soturna e sacana! Sabedoria de semideuses sedentos de senões sem sentido. Sai-pra-lá, Senhora Saudade! Sossega sua sistêmica sensação de sobejo sobre os soldados sujos, salgados e sem saga. Saudade salomônica, safada, sabichona, que sonda e sabota a sociedade solícita. (Será?) Saudade... Sei das suas sabujices, semelhante aos sussurros de socorro solitário.

Saudade… sou subserviente. Que saco! Que sacola! Sucata! Saravá! Sapatos sete-léguas das solas saídas, sagazes seringas sagitárias sépticas, sanguessugas sai-não-sai, solstícios em setembro, salacidade de santos sonsos com samarras sambadas. Saudade… Silêncio… Salmo… Sopa salpimenta; salubre? Saudade são saltimbancos selvagens saltitantes de sandálias, salários suntuosos de sultões salafrários surrupiados por samurais sanguinários de sanatórios sonegados. Saudade é similar a sandices em sinfonia de sanfonas sem som, saramba sísmica sob o seio, sarampo e sarda sem sarar, sarcasmo sardônico em segredo, signos da sarjeta: suruba saliente, sátiras em sofreguidão… Saudade… Sedentarismo secreto, sugar sarutu com sândalo do satã, singrar savana sofrendo sede de séculos em séculos, ou sedução secreta segundo a segundo. Saudade é sova, soco no sacro!

Saudade é sexo com suspense, subterfúgio de seminarista sigiloso, sexto sentido soando o sino da sibila com sedutor semblante sideral, sorver seiva de semancol semântico, saber suturar semicírculo e sendas sem-fim. Saudade é semiótica duma safira, solfejar “simplórios” sonetos, soletrar sensacionalismo como sentença do senescal siamês, sentir-se senil sensaborão, sintomas de serial-killer: “Sinto, em série, Saudades sua”.  Saudade surda e sistêmica sortida de sonhos sem sorte, saraus silentes sitiados de sargentos sisudos e soberbos com seu slogan: “Saudade é subalterna!”. Senzalas sombrias superlotadas, de sabiás e sertanejos, sorteio de sepulturas é sugestão de sábado: seres humanos em sobrecarga. Saudade sociopata! Saudade... Samba solerte, seita sedutora, saudação sobranceira, solicitação suspeita da solitude, subsídio do sentimento, soprano somatório de sotaque sórdido, sorrateiro sorriso. Saudade solteirona!

Ó Saudade sensual! Ó Sóror! Sereia sentimental em serenata, seta de Serafim sem-rumo. Sina... Saudade é superstição? Surpresa? Saudade supérflua?

Saudade significa solilóquio!
Saudade súbita, sossega-te! Suaviza-te! Some! S.O.S!
Saudade sem “S” dói.
Saudade... Sim! Sempre! E Sempiterna!

(VFM)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

ANEDOTA 2


Dois policiais entram com o marginal na sala do delegado e o arremessam na cadeira. O delegado furioso:

- Você de novo, Bocão?!

- É, doutor. Dá nisso a tal da saudade.

(VFM)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ANEDOTA


A mocinha entra na farmácia toda tímida e pergunta pro vendedor:

- Psiu! O senhor tem pílula do dia seguinte?

- Tenho sim! Passa aqui amanhã.

(VFM)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

PRANTO



Eu choro de alegria,
Eu choro de tristeza,
Um é água de pia,
O outro, de represa.

(vfm)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

MICROCONTO


Na sala de aula

A professora perguntou ao aluno:

- Porque o céu é azul?

E ele respondeu de pronto:

- Porque Deus quando foi desenhar o céu só tinha essa cor na caixinha de lápis.

(VFM)

UM POEMA INFANTIL PARA O DIA DAS CRIANÇAS


PASSATEMPO

Passa, passa tempo,
Nunca brinquei disso!
Olha o vento no início!
Passa, passa tempo,
Que brincadeira difícil!
Cansei do exercício.
Passa, passa tempo,
Só quem brinca é o vento,
Vai rápido e vai lento,
Passa, passa tempo,
Eu não sei o que fazer!
Passa, passa tempo,
E sem eu perceber
Eu começo a crescer,
Passa, passatempo.

(VFM)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

GOZO



Tuas pernas dispostas
Em obtuso ângulo
A me dar as respostas.
E o teu gozo engulo
No arrepio das costas
Em pulo, em pulo...

(VFM)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

NANOCONTO


Dia de Eleição

Antes de sair de casa pegou o guarda-chuva para se proteger da chuva de promessas.

(VFM)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

NARCISO



Eu! Só! Somente Eu!
Assim, frente a frente,
"Espelho, espelho meu",
Eu sou muita gente.
Meu rosto ninguém leu.
Eu! Único oponente.

(vfm)

Malva-maçã



O pomo rubro do poema
Jaz na boca do pecado
De Eva.

(VFM)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

terça-feira, 2 de outubro de 2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012