Os olhos ziguezagueiam de emoção, Peraltas retinas de admiração, O golpe de Cupido Sobre o empedernido marmanjão. A rasteira do próprio coração. O chute não foi doído, Mas incitou-lhe a sensação. O seu adversário? A Paixão.
O Poeta carrega um pomar nas mãos, onde nos ramos dos dedos se penduram frutíferas palavras, os rebentos da poesia; e continuamente gera, na alma do papel, o assobio das raízes do homem, ao redor do coração.
Meu olhar beijava o seu rastro lento Como se dela restasse Ainda uma luz no vento. E, ao final, no céu do meu sonho, Onde os olhos da esperança ponho Aparece o teu rosto vivo na aurora Mas tu, como todo sonho, se evapora.