sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Chuviscos

Sacudia a cabeça com
Os olhos em lágrimas.
Pensei: agora sei que a
Chuva vem de tristezas.

(VFM)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

NANOCONTO

Procissão

As nuvens seguiam o funeral do sol morto, iam algumas como carpideiras, armando um temporal.



(VFM)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Fábula

O sorriso das folhas derrotava a triste face do vento, abatendo a sisudez das nuvens que se vestiam com o terno de trovoadas. A árvore que sustinha todos aqueles rostos fagueiros achava-se a mais feliz de todas, pois estava coberta por verdes anjos do céu.



(VFM)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

QUADRA


Sigo desfiando o tempo
Atrás dos ponteiros,
Onde o infinito é mudo
E as horas sangram.


(VFM)

Poema Ressequido

Para a Poesia ser dura e seca
Não precisa ser de versos agrestes,
Basta ter a poética o tédio inquebrantável
Dos teus gestos e a monotonia
Que te alaga ao redescobrir
A luz dos meus sonhos.

(VFM)

domingo, 18 de dezembro de 2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

MINICONTO

Notícia

Junto com a folha de um jornal já lido, a chuva levava a árvore da nossa união.


(vfm)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

FINIS ORBI

Mas talvez quem sabe
O mundo se acabe
Em temporal de flores.
Mas talvez quem sabe
Sobre nós desabe
Todos os nossos amores.

(VFM)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Eu quero amar-te como as aves

Eu quero amar-te como as aves,
Que vivem de sonhos intensos,
Têm nas asas as mágoas breves,
Suas lágrimas caem bem leves
e suas penas servem de lenços.
Eu quero amar-te como as aves,
Pois quando amam cantam graves.

(VFM)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Boca

A popa da tua boca

É a embarcação do beijo.

A polpa da tua boca

É um suculento desejo.


(VFM)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CONVITE - LEITURA DRAMÁTICA

Caríssimos visitantes-amigos do blog. Abaixo o convite da minha apresentação nos Sesc's de BH. Vou fazer uma leitura dramática da peça Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues. A primeira apresentação é amanhã (7), às 20h30, no Sesc Palladium. Entrada Gratuita. Todos estão convidados.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Meu Amor

Cuido da figura do meu amor,
Deixo-a no frescor da janela
Para quando o sol vier se pôr
Eu possa me pôr junto dela.
Caso a lua vier a te invejar
E for te molhar de quimeras,
Eu colocarei o sonho no mar
E te afogarei de primaveras.


(VFM)

HAICAI

A solidão

É o pão

Do ermitão.


(VFM)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Avança a Aurora

Amém! Avança a aurora!
Contam-se ave-marias,
O segredo da nossa hora
São doze asas vadias.
Promíscuo é o tempo;
Rapariga se chama Vida,
Qual é nosso momento?
Arriscar é a nossa saída.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011



Fico a salivar no corpo de um poema inteiro, quando ele está nu e as palavras não lhe cobrem teus lírios. O silêncio do teu verso me fez te amar e a terra lírica em que vive é um canteiro que o poeta te semeou.



(VFM)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cuidava das lágrimas no seio pluvial dos olhos

Cuidava das lágrimas no seio pluvial dos olhos.
Medicava o silêncio cobrindo de nuvens a lembrança do espelho morto,
Que ainda, maduro, refletia as dores do seu rosto.
Para cada gota um sintoma derramado na ventania.
No azulejo das mãos a sombra do pranto transparecia
a sede opaca.
E antes de fechar em trevas o olhar do infinito, deixo a
Lágrima mais doente, curvada na sua mortalidade ácida,
Atravessar a íntima fatuidade do teu destino.

(VFM)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Concha

A respiração do mar…
O azul que em si flutua…
Nos seus frisos, uma maresia alada.
E assim, ela guarda as ondas côncavas,
Como um amor mineral.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O QUARTO

Na alcova do teu corpo
Você vive iluminada.
Eu chego morno,
As vestes escancaradas.
Cubro-me com o lenço da tua boca,
Deito palavras na papoula do seu sexo,
E antes de mais nada,
Apaguemos a luz!
Deixemos o caos em nossas mãos, entreabertas.


(VFM)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Frase


No açude dos olhos, onde as lágrimas dormem, a alma se afoga.

(VFM)

Versificado


Estende o sorriso no varal da boca, sacode uma palavra, tenta secar uma rima. Na brisa da língua, que vem com a maresia da frase de ontem, a morna tarde do teu beijo em verso cotidiano.


(VFM)

Tenho guardado nos meus lábios ditos de todos os sábios: o Amor é com um pássaro: têm penas quando a saudade lhe encolhe de frio o corpo, asas para alcançar um sonho e buscá-lo, e canta, e pia, a velha cantiga: “Eu te amo, Eu te amo”.


(VFM)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Périplo

Tudo estava tão céu para a caminhada dos pássaros,
Que as árvores eram escuridão inóspita.
As penas que caíam, semanas a fio, assobiavam
Ternas palavras de paciência.
Tudo estava tão céu para a caminhada dos pássaros,
Que todo voo, ao avançar no desencontro do vento,
Punha uma legenda no ar.


(VFM)

BOB

Uma divertida animação.

BOB from Jacob Frey on Vimeo.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

TEMPO

Meu relógio morreu!
E agora, Tempo?
Para onde vamos?
“O destino é teu,
Cada um é seu
Nostradamus”.


(VFM)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sadomasoquista

Quero o chicote da tua língua sobre meu ventre,
Quero o soco dos teus lábios no meu sexo quente,
Quero acordar com laivos da tua saliva e me lembrar,
Com dores, que ontem você esteve aqui presente.
O teu perfume me agride, me deixa dormente.


(VFM)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Incêndios

E se meu destino for crepitar nas angústias
Quero que ele vista luto, e o amor venha de negro,
Pois é entre chamas que quero morrer em ti.


(VFM)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Consideração do Poema

Personalidades leem poemas de Drummond. Em comemoração dos seus 109 anos, caso estivesse ainda entre nós.



Consideração do Poema from mira filmes on Vimeo.

Salva-vidas

A bordo do Poema
Os marujos versos
Navegam.
O Poeta segue nas
Ondas das páginas,
Afogando
Sua inspiração
Nas espumas do
Papel.
O Leitor joga
A âncora dos dedos
E o bote dos olhos
Para salvar
A Poesia.



(VFM)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011


Se na janela não batesse, rude, a mão do sol eu dormiria mais arejado na sombra. Tenho que mudar os ventos da rosa da cama, assim o sonho se ajetaria melhor na relva celeste.


(VFM)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Frase


Deixo meu bom dia nos lábios da manhã. Veja-beija ele rompendo a cortina, como um sol doméstico.

(VFM)

Fraseado


O Poeta escreve com lágrimas no céu da cidade. Inquietas, as nuvens ficam na poesia nubladas.

(VFM)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

NANICONTO

Atleta

Após a medalha de ouro no Panamericano, ela voltou para seu país e recebeu um home-ménage.



(VFM)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Crônica no Tribuna Lagoana

O rio


O rio estende suas veias para sangrar no mar.



Quando criança, lembro que me esquivava das águas, arisco, como um gato. Meus banhos podiam ser feitos do orvalho. No máximo! Com o tempo, um pouco na marra, aprendi a amar estes mergulhos. Hoje, olho demoradamente para as águas. Muito influenciado pelo rio da minha cidade.

Os rios, para mim, caminham tortos por estarem empanturrados de água, bêbados. Mas, mesmo em movimento, eles não tropeçam em musgos ou escorregam em pedras. Eles se colocam em curvas para dar mais corpo à natureza. Os rios não correm em solidão, levam, ‘comtudo’, memórias do chão. Quanto eles já carregaram das minhas iscas – lágrimas - de amores, que vêm e vão; das bolas de futebol jogadas além dos portões; do meu corpo, a boiar, a se cansar, no seu trajeto, pelas suas mãos.

O caso dos rios não é se eles são fundos ou rasos; porém, por andarem aos trancos, como um princípio de sonho, eles te levam a ver o mundo, e você é guiado pela imaginação. Sempre quis saber onde eles nascem; a demora para sua fecundação, e, se morrem, para qual céu vão. Nasceriam das cachoeiras mal dormidas? Ou, quem sabe, das águas campeãs? E por que tanto correm? Seria atrás de uma saudade sem fim?

Que seja!

Os rios gorjeiam nas cachoeiras para ter a liberdade das aves. Já carregam o farfalhar da revoada, voando em gotículas. Eles enfeitam as cidades com seu barulho orquestrado. De longe, ouvimos o cantarolar e rebuliço das águas, às vezes, calmas, noutras, assustadas.

Na verdade, convenhamos, os rios gostam de dar nome as flores, as quais brotam com a sua presença. Ah! Claro! Não podemos nos esquecer da grande paixão dos rios: a chuva! Ela bem que contribui para dar mais ânimo aos passos das águas, que vão ao sabor do destino e dos desvãos. Penso que a chuva vive a cortejar os rios, numa mensagem erótica, estendendo-os de gozos. E quando brigam coloca-nos em secas a amargurar a situação.

Os rios também são ótimos contadores de histórias. Deve ser por isso que estão sempre a murmurar fábulas, a nos molhar de poesia, romanceando em nossos ouvidos. Os rios já viram de tudo! Todo tipo de confusão.

Os rios vivem de amores. As canoas que alisam o seu leito num cafuné; As crianças que cirandam no teu corpo, num afago... Todo rio quando o vejo, dele me despeço. O rio vaga. À vezes vai marchando o destino. Às vezes monta a aventura da vida. Os rios vão e vão... Escrevendo-me de saudades.

O rio da minha cidade, tipicamente mineiro, que a divide cirurgicamente, põe-lhe a costura de mais vida. Segue ele sem se despedir? Acho que não. O rio da minha cidade carrega no nome o cocar tupi-guarani: “Lugar onde peixe para”. Rio Piracicaba! Como fez minha felicidade nas pescarias, no banho do meu olhar. Ele sempre me ofertou com toda sua riqueza.

O rio da minha cidade brincou com minha infância. Rabiscou os meus dias de lembranças. Jogou bola com meus erros. Pôs espuma na minha memória.

Agora, eu o levo comigo, mesmo à distância, a banhar todo o meu ser. O rio da minha cidade é um peixe em mim.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Funeral

A poesia morta dos mortos.
Versos amarelecidos,
Fotos dos esquecidos,
Corpos presos em portos

De fria e pátina lembrança.
Refúgio das dores,
Emboloradas flores,
O sono do velho e da criança

Avultam em forma lapidar.
Uns tristes morreram,
Outros mal entenderam
O vago vestígio de amar.

Restou na verdade
Cruzes na cidade
Almas que são o mar.


(VFM)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Madrugada


Era tão tarde...
A lua já se largava, preguiçosa, no céu;
As estrelas, peraltas, bagunçavam os negros cabelos da noite;
... E o teu olhar, revolto,
Feria a hora com sua madrugada.






(vfm)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Para um amor maduro


Que fome! Vontade de morder teu fruto e sentir todo o teu sumo envolvendo minha boca numa alegria estranha, como se teu gosto fosse um verde constante, e a árvore do teu corpo pudesse eu sempre e eternamente descascar.


(VFM)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Silêncio

O silêncio sempre me foi dado para nunca respondê-lo.
Com o tempo, a calmaria, meu bem, foi algo doce,
Que contigo, entre os teus lábios, um pólen de paz
Me forneceu sorrindo. Hoje eu vivo de amor
A ouvir a música de um interminável rio.
Secretamente, o Silêncio que se deita comigo
É uma onda que começa, sem rumo,
Da garganta e, quando bate, não machuca,
É como uma lágrima, furtiva, se acudindo,
Que nem sequer alcança a haste do meu ouvido.


(VFM)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Continho

Chuvisco

- Você está triste, meu neto?
- É, vô, estou aqui a gastar lágrimas.
- Calma, economize-as. Deixe a chuva em ti sussurrar.


(VFM)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Quadra 3

Quero lágrimas de sangue
Quero cuspir no coração
Meu amor tem cheiro de mangue
A minha flor é a solidão.



(VFM)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Poema-Charge

O Mosquito

O mosquito,
Que esquisito!
É um chato.
Ah! Eu mato!
O mosquito
É surdo
(ou curdo)
De tanto
Ouvir pito.


(VFM)


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

MICROCRÔNICA MINEIRA


Afonso tem Pena de Augusto de Lima que foi traído por Lourdes com senhor Andradas entre as folhas das Mangabeiras.



(vfm)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

NANICONTO

Picadeiro

Nosso amor vive na corda bamba. Nosso coração dança no trapézio, sem rede.


(VFM)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Quadra 2

Quero passar meu último poente
Contemplando-te poeticamente.
Entardecer no teu corpo fúlgido
E me ver a noite todo em ti, úmido.


(VFM)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

NANOCONTO

Quase-escritor

Por fim, teve seu nome escrito e registrado num livro: Obituário.


(VFM)

Doce Orgasmo

me seja
me veja
arqueja
teu sexo
cereja.
a rubra
fruta
vagina
menina
lábios
de mel
melada
boca
minha
com o
sumo
aprumo
teu.


(VFM)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

MINICONTO

Marido

Não tirava o chapéu, o corno.


(VFM)

Redito

O sujo falando do mal lavado, o farrapo falando do roto, o soluço do arroto, a dor para o mal amado, o mal cheiro do esgoto, a feiúra para o sapo, a trilha do sapato, o mundo falando do CU.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

MICROCONTO

Orfanato

Adotou a Língua Culta por caridade.


(VFM)

Frase


Conversa das folhas na boca do vento, só para espalhar o hálito das flores.

(VFM)

GULP

O curta - Gulp é o maior vídeo em stop-motion do mundo. Grande parte do cenário é feito por meio de desenhos na areia. Bacana!


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Continho

Homicídio

Acusado por atropelar verbos, substantivos, adjetivos e orações com intenção gramatical dolosa.



(VFM)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

NANICONTO

Convite

- Aceita dançar?
- Nossa! Será? Não calcei meu lábios.
- Tudo bem! Deixe os passos do beijo te levar.

(vfm)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

sexta-feira, 22 de julho de 2011

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Capoeira

Os olhos ziguezagueiam de emoção,
Peraltas retinas de admiração,
O golpe de Cupido
Sobre o empedernido marmanjão.
A rasteira do próprio coração.
O chute não foi doído,
Mas incitou-lhe a sensação.
O seu adversário? A Paixão.

(VFM)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

Fraseado


O Poeta carrega um pomar nas mãos, onde nos ramos dos dedos se penduram frutíferas palavras, os rebentos da poesia; e continuamente gera, na alma do papel, o assobio das raízes do homem, ao redor do coração.


(VFM)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Tu, meu sonho

Meu olhar beijava o seu rastro lento
Como se dela restasse
Ainda uma luz no vento.
E, ao final, no céu do meu sonho,
Onde os olhos da esperança ponho
Aparece o teu rosto vivo na aurora
Mas tu, como todo sonho, se evapora.


(VFM)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Continho

Inspirado em Mia Couto


Aprendiz

- Pai, me ensina a sonhar?
- Não posso. Mas tenho um conselho pra ti.
- Qual?
- Ponha a alma no varal dos olhos para ventilar.



(VFM)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

MICROCONTO

Mendicância

- Pobre deve chorar todo dia, né?!
- Pobre não chora, pranteia migalhas.


(VFM)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

segunda-feira, 20 de junho de 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

terça-feira, 7 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Quase uma canção

O teu afago eu despacho,

Cansei de ser capacho

Do teu bem querer.

O teu abraço eu desato,

Agora nosso laço

É a gente se esquecer.


(vfm)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

quinta-feira, 2 de junho de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Fraseado

Gosto da palavra líquida no rio da página, principalmente quando ela salta e vem nadar em meus olhos.


(VFM)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

NANOCONTO

Cárcere

Tinha medo de voar. Por isso, aprisionava os sonhos e enjaulava a imaginação. Morreu poeta terreno, com poemas sem assobio.

(VFM)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

MICROCONTO

Cobertor

Carregava nos olhos um xale de lágrimas e cobria o corpo com um lençol d'água. Vestia-se de mar para amenizar o frio da dor.


(VFM)


CHICK

Uma animação sobre a história de uma Femme Fatale. Interessante.

CHICK from Mayki on Vimeo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

MINICONTO LÍRICO

Boa Noite


Ela disse: - Boa noite!
E me deixou largado de amores.
E como o perfume da Lua frente ao espetáculo matutino,
Ela, no aconchego do esquecimento, foi-se.


(VFM)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Symmetry

Gosto muito do trabalho do Everynone. Já postei aqui antes o video Moments e Words. Este mantém o mesmo estilo. Lindo!



Symmetry from Everynone on Vimeo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

Versos para uma nova Realengo

“Há uma saudade da vida/ porém tão perdida e vaga...”. São com esses versos colhidos de antigamente que, hoje, relembramos o presente. Naquele modesto colégio, na calma rua, estava aconchegada, in memorian, o legado de um poeta: Tasso da Silveira. No entanto, no dia 7 de abril de 2011, um triste poema acabou sendo escrito com sangue.

Após onze dias de visíveis lágrimas de luto, os alunos da escola de Realengo retornam às aulas. Arrastando suas dores pelos doze colegas e amigos perdidos, as diversas crianças sobreviventes vão ‘tentar’ reorganizar seus cadernos de estudos na sala onde se passou um filme de terror.

Mas, como trabalhar com esses jovens e restabelecer o ensino em um ambiente afetado por tamanha violência? Como tentar resgatar a atenção desses alunos marcadamente traumatizados? Cabe, sim, ao educador procurar amenizar os problemas (psicológicos) que o fatídico dia provocou. A reflexão sobre o ato monstruoso, o famigerado bullying, não basta para explicar o ocorrido. A questão vai além.


E para ajudar esses estudantes a compreenderem o que viveram, um dos pontos a ser revisitado é o processo educativo. O ensino-aprendizagem nesta escola deverá passar por uma readequação: não mais apenas as disciplinas tradicionais, mas conversas sobre aspectos filosóficos, religiosos, políticos, econômicos e sociais deverão fazer parte dessa nova realidade. Já é sabido que, no mundo povoado por novas configurações, uma instituição educacional não pode manter a mesma engessada metodologia. No caso desse trágico acontecimento, isso se torna ainda mais pulsante. O desafio das escolas e do próprio governo é de se pensar em outro modelo pedagógico para a educação, no qual o conhecimento seja construído também pelos alunos e a convivência entre todos se torne harmoniosa, utilizando um currículo flexível e multicultural, formando professores capacitados a trabalhar com o diferente. Em todo caso, algo precisa ser feito.

Agora, onze dias depois, possivelmente, o sinal da escola Tasso da Silveira não será mais uma poesia inocente para os infantes ouvidos, mas uma perturbadora lembrança, um grito de saudade. O que se aprendeu em um dia no colégio de Realengo será, definitivamente, um ensinamento para a vida inteira.

Quem sabe os versos do poeta possam finalmente prevalecer: “É preciso que se encha o mundo de doçura infinita”.





(VFM)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Poema

Quero descansar minha boca na tua,

Assim como a noite faz com a lua,

Que se abraça e ama e se estua.


(VFM)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

MICROCONTO

Guarda-roupa

- Porque trocaste de vestido, ó Noite?! Não me encantas esta saia de Aurora.

(VFM)

Viliam

Gostei muito deste stop motion criado com recortes de papel e ilustrações. Viliam é um garoto que se refugia não apenas em sonhos, mas em seus próprios desenhos. A animação discute o dilema da busca da felicidade. Vale a pena!

Viliam from veronika obertova on Vimeo.

quinta-feira, 31 de março de 2011

quarta-feira, 30 de março de 2011

Dor

A dor, hoje, dorme ao meu lado.

Ela escuta, perscruta, meus sonhos

E não censura minhas lágrimas.

Todo homem a carrega consigo,

Este rasto de chuva em árvores,

Este tombo da noite no peito.

A dor é o vento que me despe

Em rio e me põe em tempestade.

A dor é contundente. Desértico

Nome. A dor limita o meu corpo,

Desampara a minha alma.

A dor é este meu silêncio,

Este sofrimento que só adormecerá

Com o tempo, aconchegado comigo.


(VFM)

segunda-feira, 28 de março de 2011

sexta-feira, 25 de março de 2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

O Fazendeiro do Ar

Um documentário de Fernando Sabino sobre o grande poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. Salve!

Joy

Apesar do nome, a animação não contém nada de alegre. O vídeo em stop-motion lança uma reflexão sobre o impulso humano voltado à destruição. O Prazer de Destruir. Vale a pena assistir!

JOY OF DESTRUCTION from Xaver Xylophon on Vimeo.

terça-feira, 22 de março de 2011

MICROCONTO

Cantada

- Nossa! Ele é um pedaço de mau caminho.
E lá se ia, por elas, o Diabo.


(VFM)

segunda-feira, 21 de março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

quinta-feira, 17 de março de 2011

À deriva

Estes teus olhos espraiados, movediços,
Que não é de duna e nem de areia,
Carregam das espumas todos os viços,
O encanto singular de uma sereia.
Esta tua boca transitória, como veleiro,
Só sossega se já beijou o mar inteiro.
Tu és ilha? És uma sombra isolada?
És um barco que navega... e mais nada.

(VFM)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Gueixa

Eu guardo meu coração na rua,
Na poeira em que o sol me deixa,
Em todo rastro, toda luz, toda lua,
Fica do sentimento uma queixa.
Eu guardo meu coração na rua,
Na bagunça da tua madeixa,
Perdido na tua boca nua,
No teu amor de gueixa.


(VFM)

segunda-feira, 14 de março de 2011

QUADRA

Pelo dia Nacional da Poesia


Quanto pesa a sua vida?
Dizem alguns: - São anos!
De acertos e enganos
Cada um tem sua medida.

(VFM)

sexta-feira, 11 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

MICROCONTO

Trambique*

Pediu 2 versos fiado. Pagou no fim do mês com um ditado popular.


(VFM)

*Com colaboração de Tiago Moralles

quarta-feira, 2 de março de 2011

HAICAI

Como chuva, em gotas,
Voam dos olhos
Pequenas gaivotas.

(vfm)

Fraseado


Quero escrever no mar o sorriso da alma. Quero grafar nas ondas a memória dos sonhos. Quero desenhar um oceano de versos. Quero uma maré de inspiração. Quero, por fim, marulhar como poeta.

(VFM)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Crônica no Tribuna Lagoana

Saudade

In memorian de Débora e Gelmar


É nestes momentos solitários que ela me acompanha. Nunca sei se Saudade nasceu livre para tilintar seu canto pelo mundo a fora, ou se brotou presa, guardada nas grades do nosso peito.

Quando menino, minha mãe me disse que a gente já vem com ela agarrada na alma. E para eu aprender desde cedo, minha mãe apressou em me dar a palavra, o objeto, o ser, que logo denominei de Saudade.

Enquanto eu ia vivendo, aprendia a importância que ela tem para mim, acho que para todos. Saudade canta diariamente, sempre, só com o intuito de sabermos da sua existência, sua presença eterna. A vida, para mim, é feita de Saudade. Todas as coisas no mundo fabricam minha companheira. Já é bem dito: Sapo pula para ter saudade momentânea do chão. Ou: Alma tem saudade do voo. E por aí segue...

Ninguém vive sem. Não tem como esquecê-la. A Saudade sobrevive com o alpiste que colhemos na vida, e, também, desperdiçamos. Ela tem, apesar de forçosamente negada, sua liberdade interior.

Saudade aparece quando menos se espera. Melhor, surge como chuva. Cai abençoando nossa memória, misturando-se com nossas lágrimas e recordações. Saudade, creio, consegue encompridar as horas e o pranto. Costura-se muita dor com sua água. Faz-se dela um lençol de rio.

Adquiri com o tempo mais e mais Saudade. Sou povoado de Saudade. Ela, irrequieta, vem pulando nos meus galhos, montando meus dias de cerimônias alegres. Porém, certo dia, eis que a encontro caída do cabide dos meus olhos. Murmurei. Choraminguei. Chamei-a. Nada... Na sua gaiola quem batia asas era o silêncio.

Gritei minha mãe para socorrer. Quando ela chegou, sua frase pairou no ar:

- Saudade foi alimentar os anjos.

O silêncio pingou na minha boca. Tinha entendido tudo. Quedei, por um momento, mudo.

Saudade, meu pássaro de estimação, meu canário da esperança, alçou voo e foi se espraiar no céu seus en-cantos.

A partir daquele dia, descobri, definitivamente, o real significado do sentimento por aquela ave; a dor da palavra.

Embora ela tenha partido, Saudade me visita constantemente. Sou sua árvore. Pois, do que adianta o voo sem o pousar? Saudade fez um ninho com os farrapos da minha lembrança.

E assim sigo... E que Saudade...


(VFM)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Cliché

Uma animação sobre o pensamento que "temos" da França de uma forma bem humorada e sardônica. Muito Legal!


Frase


O canto do sol é minha merenda escolar.

(VFM)

Happy Camper - Born With A Bothered Mind

Um clipe-animação bonitinho. A música também colabora.


Fraseado


O abraço: fixar raiz, por um instante, em outra alma.


(VFM)

MICROCRÔNICA MINEIRA

Após o pão de queijo... cachaça é enxaguante bucal.


(VFM)

REVERSE

Um curta que conta a história de vida do homem em 5 segundos. Bacana!


5 Second Project - Reverse from Ross Phillips on Vimeo.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Noturna

Pudesse eu ter toda luz
De todos os dias
Só para te buscar assim
Como tu és, noturna.

(VFM)

LAPSUS

LAPSUS é um curta bem humorado do argentino Juan Pablo Zaramella que mostra o que acontece com uma freira após atravessar para o Lado Sombrio. Vale a pena assistir.

LAPSUS from Juan Pablo Zaramella on Vimeo.

Aforismo


A noite é ingênua, os sonhos não!

(VFM)