quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A procura

O Amor que eu conhecer,
Nessas tantas andanças,
Imagino-o sem o sonhar,
É feito de folha, fruto e flor,
Que cresce no desconhecido.


(VFM)

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Como estou numa fase "Caio F. Abreu", apos desfrutar de seu belíssimo poema, veio-me esse texto que também fala da procura (e necessidade) do amor. Espero que goste.

    (...) preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa? (...) (Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.) Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis..(...). Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão,(...). Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço. Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas caírem no abismo(...) preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, (...)

    ResponderExcluir
  3. Mto obrigado pelo belíssimo texto. Apesar de saber que não gostaste do poema, o texto o salvou.

    ResponderExcluir