quinta-feira, 6 de agosto de 2009

E se...

Bem, estimados leitores, muito estranho o que se passa comigo, mas já é de praxe a verve me abandonar por alguns momentos, dias, semanas e por aí segue. É terrível isso. É um penar de todo escritor. Creio também que temos que nos esforçar, escrever o inescrito, rasurar uma ideia, ou concepção desta. Hoje minha amiga OZ, depois de contar-lha meu padecimento, ela me veio com uma bela frase que muito me animou. Vou postá-la com um poemeto que acabei de fazer, premindo o sumo da seca inspiração.

“De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo.” (Adélia Prado)


E se...

E se o coração não doesse de saudade?
E se a tristeza não fosse sentimento?
E se os anos não trouxessem senilidade?
E se a morte não fosse sofrimento?

E se a vida fosse somente felicidade?
E se o mundo fosse uma pura utopia?

E se...

Não imagino como seria tudo isto.
Existiria, assim, o diabo e o Cristo?
E se tudo acontecesse algum dia?
Eu, com certeza, não aprovaria.


(VFM)

2 comentários:

  1. Ao meu amigo sem verve dois poemas que falam sobre a ausência(momentânea) da inspiração:

    OUVE

    O POETA NÃO PRECISA SÓ DA INSPIRAÇÃO
    PRECISA DA PRESENÇA
    DO ODOR
    DA AUSENCIA.
    INSPIRAÇÃO? É CONSEQUENCIA,
    QUE O POETA RECEBE
    DA SUA PALAVRA,
    DO SEU OLHAR,
    DE SUA MUDA BOCA,
    DE SUA ALMA LOUCA
    CORAÇÃO PARTIDO
    POETA.?
    É PONTE QUEBRADA
    A BEIRA DO ABISMO
    (Razanil Shamir)


    Ausência de poesia

    Aquele que me fez me tirou da abastança,
    Há quarenta dias me oprime do deserto. (...)
    Ó Deus de Bilac, Abraão e Jacó,
    Esta hora cruel não passa?
    Me tira desta areia, ó Espírito,
    Redime estas palavras do seu pó.
    (Adélia Prado)

    Bjs.

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