quarta-feira, 11 de maio de 2016

AS PALAVRAS


agarram na língua,
à medo, tantas
palavras. entram
verbalmente, pé
ante pé, com água
na boca, elas não
querem se afogar
abaixo do silêncio.
as palavras por si
só arquejam boca
a boca. iluminam-se.
abrem-se vivas à
beleza dita, mas
também se escurecem
e se perdem, entre
as estrelas, no céu
da boca fechada,
onde inominadas se
enterra a lua. nem
sempre achamos o
bom tempo p/ falá-las.
estas são minhas
últimas palavras.
(vfm)

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