quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Poemeto


P/ Luciana

Naquele tempo vadio deitado ao léu
Pôde pensar no caroço do seu peito,
Que, montado no vento, corria como mel
Dentro do cinzeiro da alma, estreito.
Não adivinhava o que lhe ocorria,
Desenhando com os olhos a tolice.
Ignorava inútil o que não cria
E os avisos da mãe: "o que lhe disse?!".
Era ela que lavava a língua ao sol,
Circundando todo seu sonho indócil,
Diante daquela lágrima de tersol.
O coração, se martelando inseguro,
Perdido na terra como grande fóssil,
Viu naquele amor o silêncio mais puro.

(VFM)

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