sexta-feira, 16 de janeiro de 2015


Pé de cabra
Para abrir tua boca muda
E incompleta de palavras.
Quero roubar a algazarra
Das perguntas e a exaustão
Da tua língua. 
Pé de galinha
Calhando teu rosto longe
Do meu passado e ao redor
Do que ainda não vimos juntos. 
Pé do ouvido
Te dito o que o vento fez
Na cidade e como meu
Coração anda dançado pelas
Ruas da desobediência. 
Pé ante pé
Vou na súbita certeza:
Ao pé da árvore que nos dá
Sombra possa eu e você,
Sem botas, colher os nossos
Passos insensatos sem
Comprometer a corrida voraz
Do relógio com seu pé de atleta. 
Péço-te: é pouco divertido caminhar sozinho e a pé. 

(VFM)

Nenhum comentário:

Postar um comentário