sexta-feira, 19 de outubro de 2012

SOLILÓQUIO DA SAUDADE



Saudade… Saudade semente sofrida, sopro, solidificando-se, simplesmente, silábico sono soporífero do ser: singelo, sincero, sapiente, sóbrio. Saudade… Sonho sem sumo, soltando no sol sombras, cujo sabor some na solidão. Saudade… Soledade… Sanha só em sentir o sofrimento soluçando em si. Saudade sadomasoquista de segunda-feira, sorumbática, soturna e sacana! Sabedoria de semideuses sedentos de senões sem sentido. Sai-pra-lá, Senhora Saudade! Sossega sua sistêmica sensação de sobejo sobre os soldados sujos, salgados e sem saga. Saudade salomônica, safada, sabichona, que sonda e sabota a sociedade solícita. (Será?) Saudade... Sei das suas sabujices, semelhante aos sussurros de socorro solitário.

Saudade… sou subserviente. Que saco! Que sacola! Sucata! Saravá! Sapatos sete-léguas das solas saídas, sagazes seringas sagitárias sépticas, sanguessugas sai-não-sai, solstícios em setembro, salacidade de santos sonsos com samarras sambadas. Saudade… Silêncio… Salmo… Sopa salpimenta; salubre? Saudade são saltimbancos selvagens saltitantes de sandálias, salários suntuosos de sultões salafrários surrupiados por samurais sanguinários de sanatórios sonegados. Saudade é similar a sandices em sinfonia de sanfonas sem som, saramba sísmica sob o seio, sarampo e sarda sem sarar, sarcasmo sardônico em segredo, signos da sarjeta: suruba saliente, sátiras em sofreguidão… Saudade… Sedentarismo secreto, sugar sarutu com sândalo do satã, singrar savana sofrendo sede de séculos em séculos, ou sedução secreta segundo a segundo. Saudade é sova, soco no sacro!

Saudade é sexo com suspense, subterfúgio de seminarista sigiloso, sexto sentido soando o sino da sibila com sedutor semblante sideral, sorver seiva de semancol semântico, saber suturar semicírculo e sendas sem-fim. Saudade é semiótica duma safira, solfejar “simplórios” sonetos, soletrar sensacionalismo como sentença do senescal siamês, sentir-se senil sensaborão, sintomas de serial-killer: “Sinto, em série, Saudades sua”.  Saudade surda e sistêmica sortida de sonhos sem sorte, saraus silentes sitiados de sargentos sisudos e soberbos com seu slogan: “Saudade é subalterna!”. Senzalas sombrias superlotadas, de sabiás e sertanejos, sorteio de sepulturas é sugestão de sábado: seres humanos em sobrecarga. Saudade sociopata! Saudade... Samba solerte, seita sedutora, saudação sobranceira, solicitação suspeita da solitude, subsídio do sentimento, soprano somatório de sotaque sórdido, sorrateiro sorriso. Saudade solteirona!

Ó Saudade sensual! Ó Sóror! Sereia sentimental em serenata, seta de Serafim sem-rumo. Sina... Saudade é superstição? Surpresa? Saudade supérflua?

Saudade significa solilóquio!
Saudade súbita, sossega-te! Suaviza-te! Some! S.O.S!
Saudade sem “S” dói.
Saudade... Sim! Sempre! E Sempiterna!

(VFM)

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