sexta-feira, 23 de julho de 2010

Crônica no Tribuna Lagoana

Fim


Termino a crônica aqui. A tinta acabou, a inspiração voou, o amor terminou (?), a saudade em sua casa ficou, a noite coloriu meu olhar de cansaço e sono. Fim!

Não se assustem, pois quis somente adentrar sobre o que, normalmente, ninguém aguarda: o Fim! Todo final é feito de silêncio? Escova-se esta palavra, por um momento, de solidão? A tristeza segue nossos vestígios? Não quero aqui generalizar, logo existem exceções e todos devem ter suas sugestões. Deixem-me assinalar algo: Se vivemos de histórias, se a nossa vida é um livro “particular”, que escrevemos diariamente, ela, um dia, tem o seu fim, por mais que perpetue.

“E viveram felizes para sempre”... Buscamos tanto imaginar um fim alegre, fantasiamos, sonhamos com nosso “The End”. Porém, meu objetivo foge de discorrer, agora, de algo triste, de lamentações. Mas o que a palavra “Fim” remete a vocês? Para mim não é algo que se apaga, mas que nos instiga a uma nova procura, na busca de infinitos fins, mas não como algo para se entristecer e, sim, aguçar.

Na verdade, quero me apegar a uma das coisas que mais gosto de fazer: Conhecer novas palavras. Sou um apaixonado Por elas, procuro-as em qualquer lugar, mas principalmente nos livros e nas músicas. Quantas vocês já acharam que te surpreendeu? A mim muitas!

Eu tinha vontade de poder carregá-las, todas, além da cabeça, que, muitas vezes, me trai. Confesso que exagero e tiro palavras das mais recônditas; ops!, escondidas. Não são somente essas, como chamam de eruditas, que falo. Gosto também das mais simples e singelas. Bem disse um dos meus poetas preferidos, Manoel de Barros: “Uso a palavra para compor meus silêncios. Não gosto das palavras fatigadas de informar. Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão tipo água pedra sapo”.

Apesar de diversas palavras ficarem esquecidas (olvidadas), vale a pena recordá-las ou conhecê-las. Uma delas, muito banalizada atualmente, é Amor. Falo dela no sentido amplo. Muitos contestam que o amor não tem fim. Sinceramente, não sei. A questão é que de tudo que vivi, aprendi. O importante é colocar amor em tudo que se faz. Evitemos os excessos nocivos, claro! Tudo que desequilibra o coração pende a prejudicar o espírito.

Gosto de atravessar a vida esvoaçante com estes dizeres do Fernando Pessoa: “Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive”. Tento dar o máximo de mim, em tudo. O tempo é o meu dicionário e ele não tem fim, está só no começo. Assim inicio a minha crônica aqui.

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