terça-feira, 24 de março de 2009

Minha vida sem Você

O que podemos diagnosticar sobre você? Quem, eu? Não, você: pronome de 3ª pessoa do singular, forma de tratamento não cerimoniosa entre duas pessoas iguais ou de superior para inferior. Palavra na qual é notoriamente usada, indagada e ovacionada por alguns.

“Você” é nome, é disfarce para os esquecimentos e falhas da memória no momento de referir-se a alguém. A divagação deste termo no seu âmbito de utilização leva a refletir as confusões de sua má colocação, como também a importância perante o nosso léxico. As maneiras são desmesuradas: já se falou com ar de crítica, de carinho, de sanha, de você mesmo. Todos se recordam da primeira palavra, do primeiro caminhar, mas ninguém se lembra do primeiro dizer: você.

A explanação de seu princípio público e modos díspares usados por nós revelam as mil faces do termo. Como ficariam os políticos com suas retóricas e o caráter persuasivo na indagação de planos para o vindouro mandato? A propaganda iria fenecer e não mais comunicar seus anúncios? Os poetas e apaixonados recorreriam a quem? E os músicos? E eu e você, o que faríamos?

São questões na qual não podemos apagar, não desaparecem. A cada “você” pensado e renegado a ser dito tornaria eu um ser ficcional. Os aspectos de convivência iriam modificar-se, transformando em superficialidade e prevalecendo sobre as próprias idiossincrasias de cada um. Isso acarretaria em tal conjuntura o colapso do receptor. Parece aflitivo pensar na repreensão. Talvez tenhamos que nos iludir da inexistência de “você”. Por que não torná-lo um mártir? Criar uma sociedade secreta para proclamar esta atrocidade. Será sua última morada, pois logo não saberemos mais seu paradeiro.

Devemos imunizar a sociedade sobre dúvidas de como se comunicar. Isto é regra? Isto é lei? Isto é sentença? Aos ilesos da exclusão e adeptos dela, dividiriam novamente o mundo. Uma nova ordem mundial. E os meios para divulgação desta beligerante são infindáveis. O melhor a fazer é deixar como está. Junto a você e com você.



Obs.: Este texto é um desses achados entre papéis avulsos e soltos na pândega em que vivo.

2 comentários:

  1. pândega?

    idiossincrasias?

    fenecer?

    beligerante?

    porra, to achando q vou parar de ler esse blog...

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  2. Porra! Acho que vc precisa consultar mais vezes o dicionário rsrs.

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