quarta-feira, 29 de abril de 2009
Sê Audaz!
E muitas vezes exclui o amor,
Quem sabe a solidão acalma,
Ou se a indiferença é melhor.
Ora, se não é capaz de tentar,
De sonhar, de forçar o coração,
Que ao menos arrisque deixar
O brilho e a nuvem da paixão.
(VFM)
terça-feira, 28 de abril de 2009
Etimologia
ÉBRIO: Bêbado, embriagado, sendo seu oposto "sóbrio" - o fato de se referirem ao mesmo assunto e terem as mesma terminações parece indicar que existe uma relação de parentesco entre os dois termos. "Ébrio" vem do latim "ebrius", cuja formação é controversa. Segundo F. Saraiva, o termo seria formado por "e-", ou "ex-" (acima de), e "bria" (caneca para vinho). Outros autores explicam que quem se excedia, tomando uma quantidade acima da medida da caneca para vinho, ficava "e-bria", ou "ex-bria", o que teria dado no nosso "ébrio".
GLANDE: O termo vem do latim "glans", "glandis" e designava o fruto do carvalho ou da azinheira e outros objetos em forma de bolota. No século XIX, pela semelhança, o termo "glande" foi adotado por via culta, em anatomia, para denominar a cabeça do pênis. Uma derivação do termo latino é o diminutivo "glandula", origem da nossa "glândula", que serve para designar "pequena bolota" do organismo, como, por exemplo, a amígdala.
É isso! Té a próxima!
domingo, 26 de abril de 2009
Fragmentos e Poemas Memoráveis

sexta-feira, 24 de abril de 2009
Cleptomaníaco
Perguntam-me por quê faço isso. Ora, é o desejo irrefreável de posse. Algo d'alma. Um prurido de ser proprietário. Uma fome kigaliana de querer tudo. Aspiração de dono do mundo. É, em suma, um preenchimento humano incomparável. Vocês podem imaginar qualquer coisa, ela estará lá em casa, nos meus domínios. Minha última atuação foi em Londres. Em terras inglesas consegui o anel da rainha, num descuido dela e da guarda-inerte-real. O anel se encontra na redoma de vidro na cabeceira da minha cama, junto com meu Coubert e Munch. Fiquei feliz e em regozijo por um bom tempo, pois tinha tudo, ou quase. No momento em que parecia perder o interesse de apossar das cousas, lembrando o velho adágio: "O princípio do fracasso é quando começamos a acostumar com o sucesso", eis que surge, novamente, irreprimível, o anseio, o desejo de obter algo.
Começando do começo, tautologicamente falando, estava, eu, flanando pelas ruas da cidade, sem preocupação, ouvindo um jazz, eis que me aparece o inesperado, o inenarrável, o divino, o único objeto que não possuia, ainda. ELA! Estava estática, tomando uma cerveja, parecia esperar alguém, cabelos escuros como a noite, olhos de Afrodite, penetrantes, e um sorriso como pérolas, lindo colar. Aquilo foi arrebatador. ELA é. Minha boca salivou, minhas mãos suaram, meu corpo tremeu. Rapidamente fui ao seu encontro. Como imaginei, ELA foi simpaticíssima. Conversamos horas demoras. Cada palavra era um arpejo, uma nota, sonata de Bach. Não me gabando, mas consegui com minha sagaz léria, o abençoado beijo. Que beijo! Minha boca derretia na dELA. Caí de amores, não consegui resisti. Passamos uma rápida noite juntos. Estava tudo perfeito. O céu era o colo dELA. Esqueci todas as minhas posses, perdi-me, alucinei-me. Achei que nunca fosse acabar aquele dia e não queria. Porém... ELA teve que descansar em seu palácio. Fui embora cabisbaixo, mas ainda tinha o gosto dELA nos meus lábios e o perfume aromatizando todo o ar. O dia perfeito!
Cogitei ligar novamente só para ouvir seu canto. Contive-me. Liguei no outro dia. No entanto, friamente ELA me atendeu. Não rendeu assunto. Inventou infinitas desculpas descabidas. Não podia nada. Desdenhou-me. Segurei o pranto no cílios e traguei a dor secamente. Nunca mais liguei de novo, por ora. Voltei ao meu labor. Furtei ainda mais, demasiadamente, freneticamente. Fiz-me feliz de novo, só um pouco. Roubei tudo, de todos. Mas minha maior surpresa foi que, eu, pensando em roubar o coração dELA, ELA que roubou o meu.
(VFM)
Obs: Isto é uma obra de ficção.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Livro Negro
No seu país, onde as agruras da vida são evidentes, uma chance como essa não se devia desperdiçar. O que ele mais desejava era mostrar ao seu povo o seu valor, o reconhecimento como um vitorioso e um homem excelso. Muito apegado a religião, o seu livro, tratando ele desta forma, parecia uma nova visão de mundo, um Alcorão reescrito a seu modo, bem profético, auspicioso e, um tanto quanto, severo.
Quando saiu a lista dos escolhidos, logo ele viu seu nome resplandecendo, solitário e unânime, como um dos vencedores. Ele rezou, após o resultado, três dias agradecendo a Alá. Foi aí que ele decidiu contar toda a sua trajetória. Uniu-se a outros irmãos árabes, que tinham o mesmo intuito e finalidade. Diante disso, alguns meses depois, ouvindo todo o cronograma do labor e coordenadas de atuação em outro mercado e país, partiu para as Américas.
O seu livro devia conter todos os detalhes, pois ele foi incumbido disto. Entre os outros selecionados, era o que ele melhor fazia era saber escrever. E assim o fez.
Ao chegar, tudo já estava preparado para acomodá-lo e auxiliá-lo no que precisasse. Estudou intensamente o inglês. Tudo o que solicitava ele cumpria e registrava. Passou meses se preparando para poder fazer o seu primeiro voo. Sempre muito discreto e comedido. Sempre clamando por Alá, agradecendo o seu destino e a sua escolha. Não estabelecia vínculo com os habitantes de Boston, cidade na qual residiu. Seus contatos e amigos tinham sido os que viajaram com ele. Mantinham foco no que era predestinado pelo profeta. Assim foi.
Eis que é chegado o dia do seu e dos seus irmãos de fazerem o primeiro voo. Na semana anterior a tensão e rezas intensificaram. Muita força, muita força, era o que ele pedia. Ele estava decidido de que faria o seu melhor e não desapontaria o seu povo, o seu Salvador.
Cada qual entrou no seu avião, com suas responsabilidades. Ele assumiu o voo 11 da American Airlines, Boeing 767-223, saída de Boston com destino a Los Angeles. Carregava mais de setenta passageiros. Partiu. Alçou voo nos ares americanos. Tudo corria bem, nos primeiros minutos. Até o momento que ele mudou a rota de destino, avisou os passageiros da situação tempestiva e islâmica. Ele rumou, intrépido, para Nova Iorque. Pouco tempo depois, os passageiros em pânico, gritos ocupando os assentos, e o avião conturbado. Não hesitou e avançou ao prédio americano de maior conceito, World Trade Center. Atingiu o lado norte da monumental construção. Fogo. Espanto. Fim. Não demorou e seu amigo colidiu com o lado sul da torre. Mais de 3234 mortos, no total. Foi a completude do ódio árabe. A força Islã “imperando” sobre o império americano. Assim estava escrito no livro de capa negra e com a marca da Al-Qaeda.
O livro foi achado dentro da mala dele, após o horrendo e marcante acidente, por policiais do F.B.I.. Constava a seguinte assinatura e últimos dizeres no livro:
(VFM)
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Secretamente e indeciso
O corpo se põe de pé,
Como se quisesse até
Despedir-se num sorriso.
O tempo tinto e impreciso,
Cheirando a mofo – Solidão!
Seguiu o destino: Depressão!
Extremo sinal, um claro aviso.
Fatigado o corpo, e liso,
A saudade dos homens,
Em um delirius tremens,
Foi pular para o paraíso.
(VFM)
sábado, 18 de abril de 2009
Fragmentos e Poemas Memoráveis
AO LEITOR
Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o primeiro remédio é fugir a um prólogo explícito e longo. O melhor prólogo é o que contém menos cousas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado. Conseguintemente, evito contar o processo extraordinário que empreguei na composição destas Memórias, trabalhadas cá no outro mundo. Seria curioso, mas nimiamente extenso, e aliás desnecessário ao entendimento da obra. A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus.
Livro: Brás Cubas
Autor: Machado de Assis (1839-1908)
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Etimologia 2
CIGARRO: O hábito de fumar é uma invenção dos indígenas das Américas. Há cerca de três mil anos, os maias já fumavam tabaco e espalharam o vício entre outras tribos americanas, que mais tarde transmitiram o "infeliz" costume aos brancos. Segundo a Real Academia Espanhola, os navegadores da Espanha deram o nome de cigarro ao charuto que era fumado pelos índios, por causa da semelhança com o corpo da cigarra. Até hoje, o que os espanhóis chamam de cigarro é o charuto. A industrialização começou no século XIX, na França. O produto, que não passava de um pequeno charuto, ou charutinho, recebeu sufixos diminutivos em espanhol (cigarrillo), em italiano (sigaretta), em francês (cigarette) e em inglês (também cigarette, copiado do francês). "Cigarro" ficou sendo o filhote industrializado do charuto.
COCA: O nome "coca" vem de kuka, da língua quichua, falada por povos que habitavam os Andes, entre os quais os incas, e que ainda hoje é falada por seis milhões de pessoas em países como o Equador, Peru, Bolívia e Argentina. A coca é o arbusto de cujas folhas e cascas se extrai a substância tóxica denominada "cocaína". Os índios, anteriormente, tinham o costume - e têm ainda hoje - de mascar as folhas de kuka por causa de suas propriedades estimulantes e de jogar a substância nos rios para narcotizar os peixes e facilitar a pescaria. (Peixinhos tudo noiados, essa foi boa!)
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Conselho
(VFM)
quarta-feira, 15 de abril de 2009
A Decisão
(VFM)
terça-feira, 14 de abril de 2009
Soneto Proibido
Soneto Proibido
Quando Ana surgiu,
(Quanta mocidade!)
Findou a castidade,
No mais novo covil.
Todo dia na gandaia,
Noites de bebedeira,
Fama de alcoviteira,
Sempre de minissaia.
Eu era muito novo...
Ela: alvoroço do povo.
Fofocagem todo dia.
Ela sempre desmentia,
E dizia: "Vendo frutas:
Uvas, Vulvas e Putas!".
(VFM)
domingo, 12 de abril de 2009
Fragmentos e Poemas Memoráveis
Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Lo. Li. Ta.
Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.
Livro: Lolita
Autor: Vladimir Nabokov (1899-1977)
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Etimologia
ONANISMO: Masturbação masculina. A origem do termo é a história do personagem bíblico Onã, do velho Testamento. Tendo morrido seu irmão, foi-lhe ordenado que se casasse com a viúva, obedecendo a uma lei dos hebreus - sempre que morria um homem casado, seu irmão tinha que se casar com a cunhada, mas o primeiro filho seria descendente do defunto. Acreditando que o filho não seria seu, mas do irmão morto, Onã sempre interrompia a relação sexual pouco antes de gozar, completando o ato com a mão. Ao expelir o sêmen para fora da mulher, evitava a fecundação. Seu comportamento, que acabou associado à prática da masturbação, não foi do agrado do Senhor, que simplesmente o fez pagar com a vida pela traquinagem. (Quanta sacanagem!)
BOCETA: O termo designa pequena caixa redonda, oval ou elíptica e aparecia frequentemente nas obras de vários escritores, principalmente de Machado de Assis, como, por exemplo, em Memórias póstumas de Brás Cubas, de 1881: "Vinha com ela uma boceta contendo um bonito relógio com as minhas iniciais gravadas". Quando passou a ser usado popular e amplamente para designar a genitália feminina, possivelmente entre as décadas de 1910 e 1920, o termo desapareceu completamente da linguagem culta. Em Portugal, apesar de ter incorporado esse novo sentido, o vocábulo - e sua variante buceta - é usado sobretudo, e com naturalidade, no sentido de caixa e também como sobrenome. E por que razão o termo incorporou esse outro sentido? Por causa do receptáculo, os sinônimos da genitália feminina são contados às centenas e, na maioria das vezes, a associação é algum tipo de receptáculo. O uso do termo pode ter contribuído para disseminar os apelidos, pois o fato destas caixas acondicionarem também o fumo, popularmente sinônimo de pênis no Brasil. (Vou rever meus conceitos agora)
terça-feira, 7 de abril de 2009
INTRODUÇÃO AO TERROR

Com o advento da sétima arte, o cinema, as possibilidades de criarmos atmosferas sombrias, seres definhando, fantasmas e trabalhar com nossos devaneios mais obscuros, possibilitaram à criação dos filmes de terror.
As aversões com o passar do tempo tornaram-se inúmeras, resultando em mais possibilidades de novos filmes. Entretanto os personagens disformes, medonhos, tiveram alusões não somente pelos contos dos antepassados, na tentativa de assustar as crianças e inimigos. Foram baseadas, também, na capacidade atroz do homem, as perversidades. Os derramamentos de sangue ocasionados pelas batalhas, guerras, relacionam os homens com as criaturas dos filmes e as mortes produzidas por eles, inimagináveis. As referências são: monstros como Calígula, Nero, Raspútin, Joseph Stalin, Adolf Hitler e o príncipe Vlad Drácula, cujo nome foi transformado em filme.
O terror une-se ao mal e é um fato da vida. Regimes de terror abrangem um período de quase dois mil anos. São reflexos da insanidade, da moléstia ao próximo e que reproduzidos em telas lotaram as salas de cinema. Mas o que torna o terror tão fascinante? Procuramos o terror nos filmes, nos quadrinhos e até nos parques de diversões. Por quê vamos ao encontro do medo? São questões da consciência humana e esmiuçada até hoje por cientistas.
Um assunto que atualmente tem intrigado os homens, bem como, cativado, é o mal que perpetra na sociedade. Somos atraídos pelo terror. A mesma proporção que execramos o perverso, as atrocidades, adoramos ouvir falar, visualizar e, por sadismo, rir das desgraças que se abatem sobre os outros. Por natureza somos maus (?), é característica do homem que os cineastas tanto produzem e conquistam cada vez mais fãs. Isto é irrefreável. Cabeças continuarão a rolar e sangue a jorrar.
(VFM)
domingo, 5 de abril de 2009
Gauche
Quem vive na gangorra?
Quem sofre na masmorra?
Nimguém? A vida? Corra!
(VFM)
sábado, 4 de abril de 2009
SORTE
Impressionam-se com o impressionável.
(VFM)
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Da Série: Fragmentos e Poemas Memoráveis
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Mulher feia (?)
Não sei se é madame, concubina ou donzela,
Só sei que o meu coração é dela!
Teu corpo de mármore, greda feita por deuses, é lindo!
- Dizem que já foi casada.
E daí! Para mim pouco importa.
- Cinco vezes!
Tudo balela.
Não consigo esquecê-la.
Eu a quero mesmo sem ouvir a tua voz azul.
Terá nome esta mulher?
Com certeza é algo que rima com bela...
- É Creide.
Interessante... Creide! Que dizer excitante...!
Quero estar sempre ao lado desta formosura.
Por onde vagas todas as manhãs
Totalmente absorta e com doçura?
- Vejo a moça rumar pra capela.
Estou apaixonado...
Apesar de ainda estar no anonimato da tua boca.
- Meu amigo, cautela! Não sabe a procedência desta cadela.
Como ousa falar assim do meu amor, seu cretino!
Respeite minha nova namorada, minha amada.
- Não sei o que tu viste. A coitada é feia e banguela,
Uma górgona das melhores (ou seria das piores?).
Além de tudo é careca, vesga e tem mãos de pedra.
Tu tá com inveja. De longe sinto o hálito de violetas
Espargindo nos meus ouvidos, nos meus lábios secos.
- Companheiro, cuidado, a danada mora na favela.
Para mim tanto faz, pois não nasci em palacete algum.
É uma princesa, parece atriz de uma telenovela.
- Está mais para coadjuvante de radionovela, onde não se vê a fealdade física. Tenho é dó de ti, pois nela tudo falta. Cadê os seios bojudos? E a bunda volumada e tesa? A pobrezinha é uma magricela!
Não agüento mais ficar calado ao vê-la. EU TE AMO, Creide!
- Eta mulher feia! Você só pode estar com areia nos olhos. Compadre, eu te aviso: da cadeia ficar com mulher assim.
Cala-te!
Minha musa, minha donzela, Creide...
É a única há habitar o meu humilde peito,
Lar apertado e cheio de defeito.
Amigo, anuncie a todos para o meu chá de panela.
Irei casar com ela.
Irei ter filhos dela; miríades!
Irei viver feliz com minha Creide,
A mulher mais bela,
Que meu olho, o único, míope, viu.
(VFM)