Quem plantou o coração em mim
Espantou os corvos.
A primavera passou e não há chuva.
A terra está ressequida, a
Tristeza é um terreno árido
E o tempo ainda não arou
A criança cheia de lágrimas,
O sol, a mão, o verso, tudo
Que me machuca por dentro.
Espantou os corvos.
A primavera passou e não há chuva.
A terra está ressequida, a
Tristeza é um terreno árido
E o tempo ainda não arou
A criança cheia de lágrimas,
O sol, a mão, o verso, tudo
Que me machuca por dentro.
Quem plantou o coração em mim
Espantou os corvos.
Ele brotou com sua melancolia
Enchendo meu sangue de turbilhões.
Espantou os corvos.
Ele brotou com sua melancolia
Enchendo meu sangue de turbilhões.
Quem plantou o coração em mim
Espantou os corvos.
Foi também vil, insípido, arenoso.
Ele cresceu e vive e bate
Imaturo, entoando nomes
Na minha solidão.
Como não sei mais arrefecê-lo
Em silêncio, deixo teus galhos
Correrem meu espaço,
Ave aprisionada, e os espinhos
Sobrenaturais rasgarem
Meus ínfimos sorrisos,
E os frutos serem a cidra
Do meu pecado.
Espantou os corvos.
Foi também vil, insípido, arenoso.
Ele cresceu e vive e bate
Imaturo, entoando nomes
Na minha solidão.
Como não sei mais arrefecê-lo
Em silêncio, deixo teus galhos
Correrem meu espaço,
Ave aprisionada, e os espinhos
Sobrenaturais rasgarem
Meus ínfimos sorrisos,
E os frutos serem a cidra
Do meu pecado.
Quem plantou o coração em mim
Espantou os corvos.
Ando com o coração na boca.
Minha boca fica desfolhando,
Sôfrega, todo o meu espanto.
Espantou os corvos.
Ando com o coração na boca.
Minha boca fica desfolhando,
Sôfrega, todo o meu espanto.
(VFM)
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