Para Walter Ianni
Uma árvore decapitada
Nas linhas calosas
E ainda com pulso.
A extinção da verdade,
Que emprenha a terra,
Se despede nas mãos
Do homem.
Nas linhas calosas
E ainda com pulso.
A extinção da verdade,
Que emprenha a terra,
Se despede nas mãos
Do homem.
As folhas estão a lacrimejar
No rude chão talvez pétalas
Talvez frutos e sumo
E dores. Nas mãos só
Lodo. Só lodo.
A rubra seiva tingindo
Os pés da humanidade,
Como falso cimento.
No rude chão talvez pétalas
Talvez frutos e sumo
E dores. Nas mãos só
Lodo. Só lodo.
A rubra seiva tingindo
Os pés da humanidade,
Como falso cimento.
Uma árvore.
O tropeço na fresca lembrança.
Uma impermutável saudade.
O ato fatalístico e desmembrado
Do parvo homem.
O tropeço na fresca lembrança.
Uma impermutável saudade.
O ato fatalístico e desmembrado
Do parvo homem.
A mão trágica e confiante do homem
Extirpando a verde vida.
Um machado na foto de Hitler,
Uma serra elétrica de tocaia.
Reflexos do ocaso de Adão
E da abotoada babaquice.
Só resta o cheiro, o cheiro
Suado e deplorável a
Sombrear a violência
Em sangue e cascas.
Extirpando a verde vida.
Um machado na foto de Hitler,
Uma serra elétrica de tocaia.
Reflexos do ocaso de Adão
E da abotoada babaquice.
Só resta o cheiro, o cheiro
Suado e deplorável a
Sombrear a violência
Em sangue e cascas.
Agora resta o bater
Na madeira sem flores
E folhas. Resta o bater
Na madeira sem folhas
E sem flores ensolaradas.
Na madeira sem flores
E folhas. Resta o bater
Na madeira sem folhas
E sem flores ensolaradas.
Uma árvore.
Um vazio.
Este espaço.
Este desabrigo
Infante.
Este enorme nada,
Quase outonal,
Em todo corpo triste.
Um vazio.
Este espaço.
Este desabrigo
Infante.
Este enorme nada,
Quase outonal,
Em todo corpo triste.
Muda-se a casa.
Muda-se o homem.
Finda-se a rua
Do homem
Em um fruto
Esmagado e proibido.
Muda-se o homem.
Finda-se a rua
Do homem
Em um fruto
Esmagado e proibido.
(VFM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário