terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
POETA
Deixai-me não ser mais poeta do mundo,
Espectro insano que não se sustenta.
Arrancai-me Vida do fel da placenta.
Na incerteza, enterrai-me bem fundo.
Tenho no sangue a minha ferramenta,
Que talha nos olhos silêncio fecundo
E na boca arma de um moribundo.
Prendam-me! A palavra é violenta
E eu vejo muito e tudo inverso:
A solidão é companhia do meu verso
Atômico, que devasta e destoa
O homem embebido em querosene,
Até que a vil Poesia envenene
O que a humanidade não perdoa.
(VFM)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário